Um ano depois que uma prometedora artista britânica se suicidara porque não suportou ter abortado aos gêmeos que esperava, o Colégio Real de Psiquiatras do Reino Unido advertiu que as mulheres que se submetem a um aborto podem acabar sofrendo problemas mentais.

Conforme informou The Sunday Times, o Colégio considera que não deveria permitir-se às mulheres submeter-se a um aborto sem receber uma advertência sobre o grave risco que corre sua saúde mental.

A advertência se fez pública no meio do debate sobre a possibilidade de reduzir o prazo legal para praticar um aborto "por motivos sociais" de 24 semanas a 20 semanas de gestação.

Segundo uma sondagem publicada pelo jornal, 59 por cento das mulheres apóia a redução do prazo.

O curioso é que mais de 90 por cento dos 200 mil abortos realizados ao ano em Grã-Bretanha respondem a que os médicos acreditam que continuar com a gravidez poderia causar à mulher um maior estresse mental.

Em fevereiro de 2007, a sociedade inglesa ficou comovida pela trágica história de Emma Beck, uma prometedora artista de 30 anos de idade, que se enforcou porque não pôde suportar a dor espiritual que lhe causou o aborto de seus gêmeos. A jovem se submeteu a um aborto às oito semanas de gestação porque seu noivo não queria os meninos.

"Nunca me devi haver submetido a um aborto. Agora vejo que teria sido uma boa mãe. Disse a todo mundo que não queria fazê-lo, até no hospital. Estava assustada, agora é muito tarde. Morri quando meus bebês morreram. Quero estar com eles; ninguém mais do que eles me necessita", escreveu Beck em uma nota antes de suicidar-se.