O Arcebispo de Valência, Cardeal Agustín García-Gasco, pediu em sua carta semanal não usar à família como "campo de experimentação de outro tipo de reivindicações" e advertiu que a dignidade humana "vê-se ameaçada quando o matrimônio entre varão e mulher fica diluído na legislação do Estado gerando confusão na sociedade".

O Cardeal pediu "escolher a defesa dos direitos humanos e da família", porque esta "é uma realidade natural que surge da complementariedade entre o homem e a mulher na tarefa de procriar e educar aos filhos", conforme informou a agência AVAN.

Do mesmo modo, explicou que as liberdades civis "não podem ser argumentadas para esvaziar de conteúdo o matrimônio e a instituição familiar, as reduzindo a meras associações voluntárias".

O Arcebispo mencionou em sua carta, em primeiro lugar, ao terrorismo e adverte que "o desconhecimento e o menosprezo dos direitos humanos originou atos de barbárie ultrajantes para a consciência da humanidade", uma situação que "segue sendo de dramática vigência entre quem pratica o terrorismo, ou o legitimam, ou colocam aos terroristas como representantes válidos da sociedade", sublinha o cardeal.

O terrorismo "só pode ser vencido desde a razão e a supremacia da lei", afirma o cardeal, que adverte que "considerar os terroristas como interlocutores representativos da sociedade, é um grave engano que ofende à cultura dos direitos humanos". Por isso, "propostas deste tipo jamais merecem ser escutadas. Nunca são oportunidades para a paz. Sempre prolongam o desprezo à dignidade humana".

O Cardeal García-Gasco também considerou que a dignidade humana é atacada quando a vida humana não se protege da concepção até a morte natural; "não se valora a vida das pessoas com discapacidade ou enfermidade terminal, quando não se garante o direito dos pais à educação de seus filhos, especialmente à educação da sexualidade humana; quando não se promove o protagonismo das famílias nas políticas familiares e na criação e desenvolvimento dos centros educativos; quando as políticas econômicas não reconhecem adequadamente a contribuição das famílias ao bem-estar geral; quando não se ajuda às famílias imigrantes em sua reunificação e em sua incorporação à convivência civil responsável; quando não se atalha de raiz a violência machista".

De igual modo, faz constar que "nos últimos anos e nos últimos meses, assistimos ao lamentável espetáculo de quem, sob a aparência de defender a laicidade, pretendiam calar aos que exercemos nossa liberdade de palavra e de crenças".

Diante desta situação, manifestou que "quando a legítima laicidade do Estado aparece como desculpa para atacar as liberdades de outros se converte em um laicismo radical que atenta contra a liberdade religiosa e cujas últimas conseqüências resultam imprevisíveis".