Um grupo de militantes presididos pela líder chavista Lina Ron, tomou violentamente nesta quarta-feira de manhã a sede do Arcebispado de Caracas para protestar contra a Igreja Católica e a cadeia independente de notícias "Globovisión".

A turma com as cabeças cobertas chegou até a sede da Arquidiocese e ingressou violentamente, tentando desalojar ao pessoal que ali se encontrava, incluindo o Bispo Auxiliar, Dom Jesus González de Zárate, instalado em 25 de janeiro.

No momento do ato de violência, o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Sabino, não se encontrava nos escritórios.

Ron, uma ativista de rua recentemente nomeada  membro do Comitê Técnico para a conformação da Partido Socialista Unido da Venezuela, e os manifestantes leram um comunicado acusando aos Bispos de "cumplicidade" com a tentativa de golpe contra Hugo Chávez em abril de 2002 e acusaram à Nunciatura Apostólica de "contra-revolucionaria" por conceder asilo ao estudante e dirigente opositor Nixon Moreno.

Ron lançou a maioria de suas diatribes contra a empresa Globovisión, a única televisão opositora  de sinal aberto na Venezuela, e declarou que a estação "é objetivo da revolução e que, embora provoque colocar nela uma bomba, isso é decisão de cada quem".

A dirigente exigiu ao ente estatal que regula as emissoras, CONATEL, que "atue contra o canal de notícias".

Finalmente, antes de abandonar o Arcebispado, Ron expressou seu respaldo incondicional ao Presidente Chávez, repetindo o lema pelo que já é conhecida nas revoltas nas ruas: "Com o comandante tudo, sem o comandante chumbo".