Em declarações a ACI Prensa, o Bispo Auxiliar de Caracas, Dom Jesus González de Zárate, narrou como um grupo de jovens liderado por uma conhecida ativista chavista, tomou na manhã da quarta-feira a sede do Arcebispado local para obter a atenção da imprensa e demandar o fechamento da estação televisiva Globovisión.

Conforme narrou o Bispo, "pouco antes das nove horas, arrombou o Arcebispado um grupo de jovens que se identificavam como estudantes, aproximando-se de todos os escritórios, dizendo que foram fazer uma tomada pacífica do Arcebispado e ameaçando ao pessoal que aqui estava prestes a sair do mesmo".

Os manifestantes reuniram aos trabalhadores "perto da porta, tinham bloqueado o acesso do público ao arcebispado, tentaram em algum momento, desconectar a central Telefónica e insistiam que era uma tomada ‘pacífica’ que tinha como finalidade apresentar publicamente um comunicado com suas posições sobre diversas realidades da vida nacional. Incluídas algumas com respeito à Igreja".

Os jovens esperavam a chegada de Lina Ron, uma ativista de rua recentemente nomeada membro do Comitê Técnico para a conformação do Partido Socialista Unido da Venezuela, e dos meios de comunicação social.

Os manifestantes informaram aos trabalhadores que a ação duraria mais ou menos duas horas. "Entrei em conversações com eles para que desistirem dessa posição" e lhes ofereci conversar sobre "algum questionamento com a Igreja".

"Eles não acederam, os fatos se foram dando e ao pouco tempo se apresentou esta líder política, chegaram os meios de comunicação social e uma vez que eles fizeram a apresentação de seus pensamentos, então se retiraram do arcebispado", indicou.

"Apesar de que os convidei a falar, discutir e a intercambiar opiniões sobre assuntos da Igreja, não se mostraram receptivos, eles o que queriam era fazê-lo publicamente; utilizaram as janelas do segundo andar do Arcebispado para gritar lemas, mostrar cartazes respeito de suas posições", adicionou.

Segundo Dom González, "pela via da violência, (…) não vamos sair do clima de tensão que vive nosso país, e infelizmente esse clima  vai ficando pior com manifestações como esta".

Do mesmo modo, pediu a todos compreender "a necessidade de esgotar todas as vias do diálogo, do encontro, reiterar o chamado à reconciliação nacional que tem feito repetidamente a Conferência Episcopal nos últimos tempos, que necessita certamente nosso país para andar por caminhos de paz e entendimento entre todos seus filhos".