CARACAS, 26 de fev de 2008 às 19:31
O Bispo de Barinas (Venezuela), Dom Ramón Antonio Linares Sandoval, assinalou que se sentia "honrado" pela pixação que recentemente apareceu na cidade atacando ao Prelado por sua crítica à tentativa de golpe militar que em 1992 liderou o hoje Presidente Hugo Chávez.
Faz alguns dias, o Bispo se negou a celebrar uma Missa para celebrar o aniversário da fracassada tentativa de golpe militar que liderou o então Coronel Chávez em 4 de fevereiro de 1992, aduzindo que a rebelião "foi contra a ordem constitucional e portanto se tratou de um delito no qual além de mais se causou a morte de um elevado número de pessoas"; e que portanto não merecia ser celebrado.
A negativa trouxe como conseqüência uma série de ataques contra por parte de aliados ao oficialismo, que pixaram grafittis insultantes contra o Bispo nas paredes da cidade, inclusive na Catedral de "Nossa Senhora do Pilar".
"Os ataques e a pixacão são conseqüência de minha decisão", disse Dom Linares; e explicou que quando os militares da região solicitaram a Missa para celebrar" o levantamento militar, ele assinalou que ele estava disposto a celebrar uma Missa pelos defuntos que cairam naquela ocasião, e que com muito prazer, nessas condições, celebraria na Catedral como em anos anteriores".
"Minha decisão –explicou- foi preservar a autonomia e independência da Igreja, pois não se pode pôr a religião ao serviço da política; nem os sacerdotes nem o culto podem ficar ao serviço de uma ideologia, nem de um governante".
Segundo Dom Linares Sandoval quem promoveu a Missa insistiram que esta fora de ação de obrigado, por isso o Bispo finalmente se negou, desatando a onda de insultos.
Segundo o Prelado, os ataques contra a Igreja na Venezuela "são uma política de estado do chavismo nacional, pois esses ataques não só som aqui
O Cardeal Urosa, Arcebispo de Caracas, foi repetidamente ameaçado de morte, enquanto a Nunciatura foi agredida em duas ocasiões com artefatos explosivos de baixo poder.