Os Bispos da Colômbia continuam considerando-se mediadores entre o governo e as guerrilhas das FARC, apesar de uma comunicação não oficial transmitida por fontes cubanas segundo a qual a guerrilha teria desqualificado à Igreja, assinalou Dom Fabián Marulanda.

A semana passada, um cabo da agência oficialista cubana "Imprensa Latina" anunciava de Havana as supostas declarações de "Raúl Reyes", um sujeito que se identificava como "diretor" das FARC, nas que excluía aos Bispos colombianos e a Espanha das negociações pela liberação dos seqüestrados pela guerrilha, aduzindo que ambos tinham tomado partido pelo governo.

A nota de "Imprensa Latina" recolhia as declarações de "Reyes" sem nenhuma cita textual.

"Respeitando as normas da boa urbanidade e as bons modos, o normal é que essa resposta chegue à pessoa que enviou essa comunicação", disse Dom Marulanda.

O Prelado explicou que, enquanto a resposta das FARC à proposta de intercâmbio apresentada pelo Episcopado colombiano em dezembro passado, não chegue por vias oficiais, "seguimo-nos considerando mediadores".

"Na esperança fomos salvos diz São Paulo, e assim começa a última encíclica do Santo Padre. Por isso os bispos conservam a esperança de seguir oficiando como mediadores", disse Dom Marulanda.

O Prelado assinalou que foi a meditação na Encíclica do Papa o que convenceu aos bispos colombianos a seguir adiante com a mediação "apesar dos anúncios de ‘Reyes’.

"O Papa diz que embora o presente possa ser fatigante e difícil, podemos vivê-lo e aceitar se conseguirmos alcançar uma meta que justifique esse esforço. E para a Igreja essa meta é um país em paz", disse Dom Marulanda.