Mediante um comunicado emitido com ocasião do anúncio do retiro de Fidel Castro como Presidente de Cuba, Oswaldo Payá Sardiñas, dirigente do Movimento Cristão Liberação (MCL), assinalou que este passo deve marcar o início de uma era de liberdade e reconciliação na Ilha.

Fidel Castro anunciou nesta terça-feira sua renúncia à Presidência de Cuba após 49 anos no poder. "Não aspirarei nem aceitarei, o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante em Chefe", afirmou em sua carta publicada no diário oficial Granma.

O ditador de 81 anos renunciou após de quase 19 meses de convalescer de uma enfermidade de origem intestinal, quando faltavam cinco dias para a sessão do Parlamento em que ia ser postulado para a reeleição como presidente do Conselho de Estado por mais cinco anos.

Payá assinala que a notícia "indiscutivelmente tem importância histórica e para a vida de todos os cubanos dentro e fora de Cuba", porque "terminam quase 5 décadas de poder de um homem e sempre dissemos que o substituto de Fidel Castro deve ser o povo soberano".

O Presidente do MCL pede que a Assembléia Nacional de Cuba "trabalhe imediatamente para transformar as leis para que os cidadãos tenham direitos a expressar-se, associar-se, transformar a lei eleitoral, convocar eleições livres, liberar presos políticos pacíficos ou para que em ordem e em paz, em um ambiente de reconciliação o povo cubano possa iniciar uma nova etapa de sua vida".

Payá assinala que "qualquer que seja a avaliação e o balanço que tenha cada cubano sobre esta etapa que acaba de terminar não deve nos enfrentar uns aos outros senão olharmos juntos ao futuro".

"Que esta notícia que surpreende ao povo e ao mundo, queira Deus seja para abrir passo a esta etapa da vida da nova geração e do povo todo, e que seja de paz, concórdia justiça e direito", adiciona.

"É nosso chamado e nossa determinação, seguir trabalhando nesta direção pelo bem de todos os cubanos. Que Deus assista ao povo de Cuba neste momento", conclui o comunicado.