BAGDÁ, 14 de fev de 2008 às 18:17
Dom Luis Sako, Arcebispo de Kirkuk, ao norte do Iraque, revelou que a perseguição que sofrem os cristãos iraquianos nas mãos de fundamentalistas muçulmanos está fortalecendo a fé em vez de engrequecê-la.
Em uma entrevista com a agência católica SIR, do episcopado italiano, Dom Sako relatou que os três jovens estudantes cristãos que foram recentemente seqüestrados em Kirkuk por fundamentalistas muçulmanos enfrentaram a seus seqüetradores dizendo "estamos dispostos a morrer pela nossa fé".
O Prelado assinalou que, graças a Deus, o episódio não teve um final trágico, já que os seqüestradores decidiram deixar em liberdade aos jovens logo depois de ameaçá-los.
O seqüestro aconteceu na semana passada em um bairro da capital, Bagdá, quando os fundamentalistas seqüestraram 40 pessoas, entre elas aos três estudantes.
Os jovens foram submetidos a violentos interrogatórios e foi lhes exigido renunciar à sua fé sob ameaça de ser torturados e assassinados. Os jovens, entretanto, relata Dom Sako, reagiram com a heróica resposta que, aparentemente, comoveu aos captores, que decidiram deixá-los em liberdade.
"O que aconteceu com os três jovens significa que, apesar de tantas dificuldades, nossos fiéis não perdem a fé e a esperança. Pelo contrário, reforçam-na", disse o Prelado à Agência SIR.
O Arcebispo de Kirkuk assinala que criaram na cidade um comitê de diálogo interreligioso para ajudar aos muçulmanos a compreender melhor aos cristãos e seu papel na construção do Iraque do futuro. A iniciativa foi apresentada ao Presidente da República, Jalal Al Talibani durante sua recente visita a Kirkuk, quem ofereceu seu apoio e alento à mesma.
Dom Sako iniciou também uma campanha para solicitar a ajuda dos cristãos de Kirkuk com mais recursos econômicos para evitar que aqueles mais pobres e sob pressão não tenham que abandonar a região, diminuindo assim ainda mais a presença cristã, fazendo-a mais vulnerável.
O fruto do chamado à solidariedade será distribuído durante a Semana Santa entre os mais pobres "para celebrar dessa maneira a Páscoa com todo seu sentido", concluiu o Prelado.