O Instituto de Política Familiar (IPF) considerou "insignificante, restritiva e injusta" a medida anunciada como promessa de campanha eleitoral por José Luis Rodríguez Zapatero, de aumentar a 15 mil euros o limite de ganhos familiares para receber as ajudas por filho da Segurança Social que hoje percebem as famílias com rendas inferiores a 11 mil euros anuais.

 

O presidente de Governo espanhol e candidato à reeleição, apresentou este anúncio como a "estrela" do programa socialista em política familiar, e estimou que beneficiará a 400 mil novas famílias, elevando a um milhão o número de lares com direito a perceber prestações por cada filho ao seu cargo.

 

Entretanto, o presidente do IPF, Eduardo Hertfelder, explicou que o leve aumento nos limites de ganhos é tão insignificante que apenas será um incremento de 0,012 por cento do Produto Bruto Interno que se destina à família, com o que a Espanha seguirá sendo o país da União Européia que menos ajuda à família.

 

"É uma medida insignificante, restritiva e injusta que impedirá a mais de 4 milhões que possam aceder à prestação social por filho", indicou.

 

Segundo o perito, a medida é restritiva e injusta porque o novo limite de ganhos imposto fará que 80 por cento das famílias com filhos na Espanha não possam aceder a esta ajuda, quer dizer, mais de 4,1 milhões de famílias com filhos menores de 18 anos não receberão esta ajuda.

 

Além disso, pediu considerar que a quantia permanecerá congelada, afastada da média européia e muito inferior ao custo real do cuidado de um filho. "Podemos concluir que o anúncio desta medida supõe uma autêntica fraude às famílias a quem mais uma vez quer enganar", denunciou Hertfelder.