BOGOTÁ, 1 de fev de 2008 às 15:20
O Arcebispo de Bogotá (Colômbia) Cardeal Pedro Rubiano Saenz assinalou nesta quinta-feira que a intervenção do Presidente venezuelano Hugo Chávez não é necessária para obter um acordo para a troca de reféns com a guerrilha marxista das FARC.
A inclusão do Chávez no esforço de mediação com as FARC foi proposta esta semana pela controvertida senadora de esquerda Piedad Córdoba, acusada de ser muito próxima à guerrilha marxista e ao Presidente venezuelano.
Córdoba disse em Washington que a intervenção do Presidente venezuelano, um personagem impopular na Colômbia “é indispensável” porque “tanto a troca como a paz da Colômbia passam necessariamente por Caracas”.
“Só faltava que nos tenhamos que ajoelhar diante de Chávez!”, exclamou o Cardeal Rubiano. “Eu acredito que os colombianos têm dignidade”, adicionou.
O Cardeal acrescentou que a Igreja católica “acolhe a cooperação estrangeira para o intercâmbio humanitário, sempre e quando não for para manipular”.
Por sua vez, o Presidente da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Luis Augusto Castro, assinalou que “o presidente Chávez foi excluído como mediador pelos problemas que se apresentaram (com o governo do Presidente Uribe). Temos que encontrar uma solução entre todos os colombianos”.
O Presidente colombiano, Álvaro Uribe, cessou a Chávez e Córdoba da mediação que tinha-lhes encomendado, ao ver a irritação na população colombiana perante o protagonismo que ambos davam às FARC.
Uribe delegou esse trabalho à Igreja e aos governos da Espanha, França e Suíça, que atualmente vêm preparando um acordo.