Os Bispos do Sul da Espanha chamaram aos fiéis a emitir um voto responsável no próximo 9 de março e assim proteger o frágil bem da liberdade, porque "o perigo do totalitarismo, ainda com aparência democrática, é um perigo muito real em nosso mundo, ao que estão expostos todos os partidos políticos, e não só na Espanha".

 

Através de um comunicado, os bispos se referiram às próximas eleições gerais e aos comicios autonómicos na Andaluzia, e que são uma ocasião para perguntar-se "pelo tipo de comunidade humana e política que queremos".

 

Nesse sentido, recordaram aos candidatos sua responsabilidade "diante de Deus e perante os homens" pela honradez com que desempenhem sua gestão e as políticas que impulsionem a favor ou contra a dignidade humana.

 

"Os imensos meios que o poder põe hoje em mãos dos responsáveis políticos faz que a tentação de manipular à sociedade, e de reduzir o governo dos homens a um controle cada vez mais minucioso e estrito de todas as dimensões da vida, inclusive da consciência, seja uma tentação muito forte, a que se cede com freqüência", advertiram.

 

Do mesmo modo, recordaram que a parte essencial do bem comum é a liberdade religiosa, "fonte de todas as demais liberdades que a administração do Estado tem a grave obrigação de preservar e promover de forma efetiva".

 

Laicidade positiva

 

O texto também ressaltou a "laicidade positiva", denominada assim pelo Papa Bento XVI e que se refere a uma laicidade "que garanta a todo cidadão o direito a viver a própria religiosidade com uma autêntica liberdade, também no âmbito público".

 

A laicidade positiva, acrescentaram tem também "uma de suas expressões mais relevantes nas políticas que protegem e promovem o exercício efetivo do direito à liberdade de educação". Nesse sentido, expressaram sua preocupação pela controvertida disciplina Educação para a cidadania, com a que o Estado quer suplantar à sociedade "como educador da consciência moral".

 

O texto também se referiu a um correto manejo da economia e assinalou como critérios crave para avaliar as propostas eleitorais "a proteção da vida da concepção até seu fim natural, e o apoio à família e ao matrimônio apoiado na união entre o homem e a mulher"; por isso chamaram a rechaçar a ampliação da lei do aborto e a tentativa de abrir o caminho à eutanásia.

 

Finalmente, exortaram aos candidatos e à sociedade a centrar o debate "naquelas coisas que mais importam à vida real das pessoas" e não distrair-se "em uma série de manobras eleitoreiras, desqualificações e insultos".