O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, exigiu ao Presidente Hugo Chávez maior respeito para a Igreja e seus representantes, logo que o mandatário acusou o Núncio Apostólico, Dom Giacinto Berloco, de ocultar a um “delinqüente” –o líder estudiantil Nixon Moreno– na Nunciatura.

Na sua apresentação diante da Assembléia Nacional e do corpo diplomático, Chávez disse que as autoridades eclesiásticas deviam “refletir” e criticou a Dom Berloco por ter na Nunciatura “a um delinqüente”, em alusão ao líder estudiantil refugiado nesta sede desde março de 2007.

Perante o fato, o Cardeal expressou que “merecemos o respeito por parte das autoridades e também do Presidente, ao qual particularmente eu e o Núncio Apostólico, Giacinto Berloco, tratamos com o respeito que se merece (...). Deploramos seus ataques, ofensas e a incompreensão da que somos objeto”.

Do mesmo modo, recordou que existem mecanismos através dos quais o Governo poderia apresentar sua reclamação. “Estas solicitações ou críticas podem fazer-se sem necessidade de recorrer às ofensas contra os representantes da Igreja”, assinalou.

Nixon Moreno se encontra refugiado na Nunciatura Apostólica desde março passado logo que a Fiscali o acusasse de tentativa de homicídio e de pretender violar a um policial durante uns protestos dos estudantes na Universidade de Los Andes em 2006. O dirigente de 33 anos se formou em 2007 de politólogo e, dadas as circunstâncias, o título foi entregue pelo reitor Léster Rodríguez na mesma sede diplomática.

Para vários representantes da oposição, a acusação contra Moreno não é mais do que uma tentativa de perseguição política por parte do Governo.