O Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima e Primado do Peru, criticou duramente o acionar das FARC, logo que a recente liberação de duas reféns colocasse em evidência o tratamento que a guerrilha marxista colombiana proporciona às suas vítimas.

Durante seu programa semanal "Diálogos de Fé", o Cardeal peruano se referiu à recente liberação de duas colombianas que permaneceram seqüestradas por cerca de seis anos pelas FARC e expressou sua indignação ao conhecer que o grupo subversivo mantém às pessoas acorrentadas para impedir que fujam, e ao mesmo tempo submete "a mais de 700 seqüestrados de uma maneira brutal e abusiva como parte de sua postura política".

“Como podemos dizer que é uma postura política acorrentar as pessoas como animais, ou mentir, seqüestrar, matar e separar aos seres queridos? Em nome de nenhuma justiça e em nome de projeto político nenhum se justifica essa violência”, disse o Arcebispo de Lima.

O Cardeal Cipriani assinalou também que esta forma de atuar "tem que ver não só com o obscurecimento das consciências porque se apagou a luz de Deus", mas também por um desejo de impor-se uns sobre os outros... de influências de tipo econômico; quer dizer, o homem em sua pura dimensão material”.

O Cardeal também indicou que a verdade e a justiça estão intimamente unidas. "A verdade é primeiro, enquanto que a justiça é a conseqüência da verdade". Comentou logo que recentemente esteve conversando com um político internacional que lhe manifestou que "no mundo de hoje a política não interessa às pessoas, especialmente, à juventude. Isto se deve a que a política deixou de oferecer um serviço à coletividade e virou em muitos casos um modo de capturar o poder e de abusar dos outros”.

"Assim, a política está deixando de ter a responsabilidade social de procurar a verdade, de aplicar a justiça e o bem para a maioria”, assinalou.