O Presidente da Conferência Episcopal de Haiti (CEH) e Bispo de Hinche, Dom Louis Kebrau, destacou que face à grave crise de miséria e pobreza vivida no país, há sinais de esperança como a recente consagração da nação a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a grande quantidade de vocações na Igreja.

 

Em entrevista concedida à organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom Kebreau, reeleito Presidente da CECH em 6 de dezembro passado, disse que "a situação da Igreja é muito delicada. Em algumas paróquias afastadas, a pobreza é tal que os sacerdotes não sempre têm o que comer. Compartilham com os fiéis o que eles de boa vontade lhes oferecem. Não o escondo, vivemos horas difíceis".

 

Depois de expressar sua esperança em que logo esta situação melhore, o Prelado haitiano indicou que "estamos passando a noite, mas é na noite em que é bom acreditar. A grande maioria do país é católica, a Igreja do país é dinâmica, particularmente a juventude. De fato, no coração desta noite, há algumas luzes para nos guiar e reavivar a esperança para vencer as dificuldades".

 

"Em 8 de dezembro de 2007, festa da Imaculada Concepção, renovamos a consagração do nosso país a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a quem a Igreja do Haiti tem uma devoção particular. Em todo o país, em todas as paróquias e particularmente em Porto Príncipe, porque ali está o santuário, todos os bispos reunidos, os membros do governo, as autoridades políticas do país e a multidão de fiéis nos reunimos para viver um momento de oração e alegria", relatou depois Dom Kebreau.

 

"Na capital, a consagração realizada em uma Eucaristia concelebrada por todos os bispos e mais de 100 sacerdotes, reuniiu a 20 mil pessoas", adicionou.

 

Logo depois de comentar que em julho passado o primeiro Congresso da Juventude em Haiti reuniu a 6 mil jovens, o Prelado indicou que no próprio 8 de dezembro se lançou uma Missão de Evangelização, segundo as diretivas do CELAM, depois da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e o Caribe realizada em Aparecida, Brasil.

 

Ao falar dos desafios da Igreja em Haiti, o Presidente do Episcopado desse país afirmou que estes se centram na formação do clero e os leigos. "Acredito que este desafio da formação é uma preocupação da Igreja universal com o qual todos os países se vêem confrontados", precisou.

 

"Os seminaristas são objeto de todos os nossos cuidados: são 200 este ano e cada diocese conta com uma casa de propedéutico onde acolhe  8 ou 10 pessoas. Nossa Igreja é rica em vocações às que se deve ajudar a crescer, progredir e nutrir. Por isso necessitamos bons formadores, bons professores e meios que permitam a estes futuros sacerdotes ser formados em boas condições", explicou logo.

 

"Os sinais de esperança para a Igreja do nosso país são muitos, e hoje nos toca ser audazes e permanecer confiados. Avancemos com decisão. 'Duc in altum' (Remar mar afora)".