O Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Fabián Marulanda, indicou que a liberação, por parte das FARC, esta manhã das seqüestradas Clara Rojas e Consuelo González se deve à

"Obrigação moral de devolvê-las porque a liberação não se pede como um favor mas sim como uma exigência do direito humanitário".

Em declarações concedidas a ACI Digital, o Bispo colombiano explicou que este fato "causou uma enorme alegria, uma grande emoção. Vemos que se abre uma janela para a liberdade de todos os seqüestrados". Este fato "tem grande importância porque demonstra como a liberação dos seqüestrados é possível sobre a base da boa vontade", acrescentou.

O Bispo Emérito de Florência disse também que nestes é necessário enfatizar "a necessidade de manter a esperança em que a liberação (de outros seqüestrados) pode acontecer e será possível sempre que as FARC escutem o clamor de todo o povo colombiano, o clamor e a solicitude dos governos amigos e em geral de todo o mundo porque eu acredito que nessa altura da vida não deve haver no mundo ninguém que estime o seqüestro e que o aprove. De modo que que as FARC têm que reconhecer que por esse caminho não vão ganhar nada e pelo caminho sim vão ganhar maior crédito diante da população".

Ao falar da participação da Igreja no esforço por liberar aos seqüestrados em poder das FARC, Dom Marulanda comentou que este "se realiza em um plano sem maior ressonância, que não procura nenhum protagonismo, nem tem outro interesse senão reclamar a liberação por razões totalmente humanitárias".

"A participação da Igreja não se dá porque tenha sido solicitada pelo governo mas porque forma parte de sua missão. A missão da Igreja é trabalhar pela reconciliação, pela convivência pacifica de todos os colombianos", assegurou.

Depois de precisar que "o Governo confiou nos bons ofícios da Igreja e a Igreja procurou a aproximação entre as FARC e o Governo para procurar esse acordo", o Secretário Geral da CEC destacou que "no evento que estamos assistindo a Igreja não teve parte, dessa vez se optou por outros canais. Foi uma liberação que as FARC fizeram unilateralmente como um gesto de reconhecimento ao Presidente Chávez".

Atualmente as FARC têm aproximadamente 4 000 pessoas seqüestradas em todo o país entre as que se contam a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, políticos, membros das forças públicas, assim como também outros cidadãos estrangeiros. A estratégia desta guerrilha marxista, que expôs em mais de uma ocasião, é "trocar" os seqüestrados por alguns de seus membros encarcerados.