Durante cinco dias na Espanha deixarão de morrer legalmente as crianças não nascidas, como resultado da decisão das clínicas de aborto de entrar em greve de 8 a 12 de janeiro.

 

A "Associação de Clínicas Creditadas" (ACAI), o organismo que agrupa às clínicas abortistas espanholas, anunciou que a greve de cinco dias, durante os quais não realizarão abortos, "em defesa da nossa professionalidade e os direitos das mulheres".

 

A ACAI organizou o protesto logo que no mês de dezembro se fez pública uma operação policial contra a prática de abortos ilegais na Catalunha que pôs em evidência como as clínicas privadas de abortos realizam manobras ilegais para realizar os abortos mais tardios da Europa.

 

A ACAI assinalou que durante os dias de "greve" os únicos serviços que permanecerão em funcionamento serão os de contracepção e as chamadas "urgências".

 

Os abortistas ainda trabalham em um comunicado oficial, mas o rascunho inicial denuncia que as operações da polícia contra as ações ilegais das clínicas "criam um entorno no qual não se garante nossa segurança jurídica e física".

 

As clínicas abortistas sustentam que realizam "um grande serviço de saúde pública" e que são o suposto objeto "de uma batalha política entre o Governo e a oposição que se pode acrescentar pela proximidade das eleições gerais".

 

O comunicado oficial dos abortistas também faria referência à lei do aborto na Espanha, que descrevem como "um direito sexual e reprodutivo conquistado faz já mais de 20 anos e reconhecido pela comunidade internacional, como é a decisão de ter ou de não ter filhos".

 

Em total, 32 clínicas abortistas de toda a Espanha deixarão de realizar abortos por cinco dias.