O Cardeal Camillo Ruini, Vigário do Papa Bento XVI para a cidade de Roma, fez um chamado para solicitar uma "moratória" de abortos na Itália e no mundo, logo depois da moratória obtida contra a pena de morte a nível internacional.

“Acredito que depois do feliz resultado obtido em relação à pena de morte, é lógico abordar o tema do aborto e solicitar uma moratória, pelo menos para estimular, despertar a consciência de todos, para ajudar a perceber que a criança no seio da mãe é um ser humano e que sua supressão é indevidamente a supressão de um ser humano”, assinalou o Cardeal durante uma entrevista emitida pelo noticiário televisivo  TG5.

O Cardeal respondeu assim a uma pergunta feita em relação à decisão do prestigioso jornalista agnóstico Giuliano Ferrara, diretor do influente jornal político "Il Foglio", a favor de deter os abortos mediante uma iniciativa internacional.

No dia seguinte da aprovação no seio da ONU de uma moratória da pena capital, Ferrara anunciou que entraria em uma "dieta líquida" durante o tempo de Natal, "como uma forma de protestar ou de pedir por uma moratória dos abortos no mundo".

O Cardeal Ruini também chamou a "atualizar" a lei 194 –que legalizou o aborto na Itália– "em apóio ao progresso científico que, por exemplo, deu grandes passos na linha da sobrevivência de crianças prematuras".

Do ponto de vista puramente político, "resulta verdadeiramente inadmissível proceder ao aborto a uma idade na qual o não nascido já poderia viver por si mesmo", explicou o Cardeal.