O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou esta segunda-feira que o diálogo com o mundo muçulmano impulsionado pelo Papa Bento XVI "apenas preocupa a quem não o quer", em resposta à consulta de alguns jornalistas.

O Pe. Lombardi foi consultado em relação aos comentários transmitidos por Internet do egípcio Ayman al Zawahiri, considerado como o "número dois" da rede terrorista Al Qaeda.

Na longa e tediosa entrevista de 1 hora e 37 minutos difundida pela produtora áudio-visual do Al Qaeda, As Sahab, al Zawahiri criticou a histórica visita do rei Abdalá da Arábia Saudita ao Papa, porque segundo ele "ofendeu ao Islã e aos muçulmanos".

A respeito, Lombardi explicou que "os contatos de diálogo do Papa com importantes expoentes muçulmanos, como o Rei da Arábia Saudita ou os 138 líderes islâmicos com quem intercambiou missivas, são um fato significativo para todo mundo muçulmano".

"O fato de que cresça a importância no mundo islâmico destas vozes que querem dialogar e esforçar-se pela paz é evidente que preocupa a quem não quer este diálogo", acrescentou o Pe. Lombardi.

"Tudo isto é um sinal de que quem dialoga e procuram a paz estão adquirindo um importante peso e isto é positivo".

No dia 6 de novembro, Bento XVI recebeu em audiência ao rei Abdalá, na primeira visita que realizava um monarca saudita ao Vaticano.

Poucos dias depois, o Vaticano publicava a carta de resposta d o Papa à missiva que de um grupo de 138 líderes islâmicos em que advogava por instaurar "um diálogo apoiado no respeito".