MADRI, 6 de out de 2004 às 15:48
O Arcebispo de Madri e presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Antonio Maria Rouco Varela, qualificou de grave engano e injustiça que deixa “o caminho da reta razão”, o anteprojeto de lei aprovado pelo Conselho de ministros, que pretende legalizar com plenos direitos as uniões homossexuais.
Em sua carta “O bem e futuro da família em jogo”, o Arcebispo recorda que os pronunciamentos dos Prelados espanhóis não são uma “opinião mais ou menos respeitável e específica da Igreja Católica, mas sim de uma concepção comum a toda a humanidade”.
“A História Universal o confirma: nenhuma sociedade deu às relações homossexuais o reconhecimento jurídico de instituição matrimonial. portanto, se este anteprojeto for adiante abandonaríamos o caminho não só da fé cristã, mas também da sabedoria humana e jurídica de todos os tempos: o caminho da reta razão”.
Depois de rejeitar a discriminação aos homossexuais em seus direitos cidadãos, o Cardeal advertiu que “a duas pessoas do mesmo sexo não competem nenhum direito a contrair matrimônio entre elas” e recordou ao Estado que “não pode reconhecer este direito inexistente, a não ser atuando de um modo arbitrário que excede suas capacidades e que danificará, sem dúvida muito seriamente, o bem de todos”.
Diante da situação presente, o Cardeal indicou “o grave dever de intervir ativamente no debate aberto na sociedade espanhola promovendo um estado de opinião pública que favoreça as modificações pertinentes no anteprojeto de lei apresentado”.
“Não pode faltar, é obvio, a oração de toda a Igreja, especialmente das comunidades de vida contemplativa, capaz de mover corações e transformar o interior das pessoas e da consciência social”, concluiu o Cardeal.