Ao menos 25 dissidentes foram agredidos e detidos na terça-feira nos prédios da paróquia Santa Teresinha de Santiago de Cuba, ante a surpresa de autoridades eclesiásticas e paroquianos.

"Não recordo que tenha passado uma coisa assim nos últimos quarenta ou cinqüenta anos", indicou Dom Dionisio García Ibáñez, Arcebispo de Santiago e Vice-presidente da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC), depois de assinalar que a Igreja "está conversando" com as autoridades sobre o incidente.

"Lamento-o muito profundamente, pareceu-me desacertado e acredito que não devia acontecer nunca", declarou o Prelado à agência EFE.

Conforme informou a Comissão Cubana de Direitos Humanos (CCDHRN) os opositores partiram das imediações da catedral de Santiago até a igreja da Santa Teresinha para pedir que se mencionasse em uma Missa a situação do dissidente preso Gerardo Sánchez Ortega.

Esta entidade indicou que ao chegar à igreja os dissidentes "foram atacados" por agentes da segurança do Estado, que agrediram aos dissidentes e realizaram várias prisões.

Dom García Ibáñez esclareceu que os policiais e as pessoas que participaram "em atos de reafirmação revolucionária" protagonizaram o incidente no "área da igreja, no salão paroquial, mas não ingressaram no templo".

Elizardo Sánchez, líder da CCDHRN, explicou a EFE que se confirmou a detenção de cinco dissidentes, embora se tema que ao menos 15 sigam em dependências policiais.