O Arcebispado de Caracas desmentiu as acusações do Vice-presidente Jorge Rodríguez de que a Igreja promoveu reuniões políticas contra a reforma constitucional em um lugar de culto –uma ex-capela– e afirmou que o encontro chamado pelo funcionário foi uma iniciativa de laicos realizada no que agora é um centro comunal e não um recinto paroquial.

Recentemente, Rodríguez enviou uma comunicação ao Núncio Apostólico na Venezuela, Dom Giacinto Berloco, denunciando uma intromissão da Igreja nos assuntos políticos do país por ter permitido que se realize em um "recinto de uma igreja católica", uma reunião de opositores à reforma constitucional em que se chama o desconhecimento de quão resultados emitisse o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Ante isso, o Arcebispado de Caracas esclareceu ao funcionário que a mencionada reunião "não se efetuou um nenhum lugar de culto, mas sim em um salão de usos múltiplos da Urbanização 'Los Samanes', conhecido como ‘a antiga Capela’, pertencente a uma Fundação educativa e cultural dos vizinhos dessa urbanização".

Nesse sentido, acrescentou que "os atos de culto se celebram, desde em 29 de outubro de 2004, na nova Capela, dedicada a Maria Rainha da Paz".

Do mesmo modo, o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, depois de informar ao funcionário que o encontro não aconteceu em nenhuma capela, assinalou em uma carta que "essa reunião foi convocada por pessoas da comunidade para conhecer o projeto de reforma".

Acrescentou que, "é obvio, as opiniões dos cidadãos que nela intervieram não são responsabilidade da paróquia eclesiástica, mas sim dos cidadãos que as tenham emitido, dentro do marco da liberdade de opinião e do pluralismo político consagrado como valor fundamental do Estado venezuelano."

Este não é o primeiro episódio em que o Vice-presidente Jorge Rodríguez acusa à Igreja de fazer política partidária com o fim de sossegar aos bispos. Entretanto, tampouco é a primeira ocasião em que demonstrou sua ignorância em temas eclesiásticos, e em que denuncia sem ter feito todas as averiguações do caso.

Uma delas é a acusação que fez contra a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), de promover o rechaço à reforma através de um encarte publicado em um jornal local; apesar de que essa publicação foi iniciativa de um grupo de laicos e não dos bispos.

Outra foi a queixa que fez ao Arcebispo de Caracas por supostos atos violentos promovidos em paróquias da Arquidiocese de Valência; quando o responsável por essa jurisdição é Dom Reinaldo del Prette e não o Cardeal Urosa.

A presidenta do CNE, Tibisay Lucena, também acusou ignorância quando –no tema do encarte– enviou uma comunicação ao "Presidente" da CEV, Baltazar Porras Cardozo; quando o atual Presidente é o Arcebispo de Maracaíbo, Dom Ubaldo Santana.