Os professores da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), alentaram à cidadania a participar do referendum que se realizará este domingo, 2 de dezembro, e a defender seu voto "dos valores da liberdade de opinião, a igualdade de oportunidades, a responsabilidade solidária e o respeito ao desacordo".

"Cumprimos com o dever de expressar nossa palavra de protesto pelas atuais circunstâncias políticas que atravessa a Venezuela", expressaram em um comunicado, no que também respaldaram aos estudantes "na busca de um melhor destino" desde "a luta pacífica", e rechaçaram os ataques contra o Arcebispo de Caracas e Chanceler da UCAB, Cardeal Jorge Urosa; o Episcopado e o reitor da UCAB, Pe. Luis Ugalde.

Do mesmo modo, reiteraram seu compromisso de seguir formando à juventude venezuelana na construção de "uma sociedade democrática, sem exclusões de nenhum tipo. Assinamos este comunicado sem nenhum tipo de coação e só sob o ditado de nossa consciência".

Democracia em perigo

Por sua parte, a Escola de Comunicação Social da UCAB alertou que a reforma constitucional do Presidente Hugo Chávez cria "um Estado regido por uma só ideologia e um só sistema sócio-econômico, o socialismo", o qual atenta contra o princípio de pluralismo político, que é a base de qualquer sociedade democrática.

"Conforme à Constituição vigente, a proposta (de Chávez) não constitui propriamente uma reforma, mas sim uma mudança substancial dos princípios fundamentais da Carta Magna que mereceria a convocatória a uma Assembléia Nacional Constituinte", advertiu.

Nesse sentido, denunciou que a Assembléia Nacional não cumpriu o procedimento que a Constituição estabelece para "incluir disposições adicionais" e reformas, como as três discussões legislativas exigidas para sua aprovação.

"A proposta de reforma careceu do necessário pluralismo e do caráter reflexivo que deve se tiver frente a um processo de modificação constitucional como o exposto, que exige o consenso de todos os setores da sociedade e de todas as correntes políticas, sociais e culturais do país", assinalou.

Finalmente, depois de alertar que princípios como a liberdade de informação e o direito à propriedade intelectual também estão em perigo, a Escola de Comunicação advertiu que a reeleição presidencial indefinida "favoreceria o exercício perpétuo do poder por uma mesma pessoa", prejudicando a países como a Venezuela "onde o peso do Executivo é determinante".