O Papa Bento XVI, que hoje criou 23 novos cardeais, um deles iraquiano, Emmanuel III Delly, Patriarca de Babilônia dos Caldeus, pediu um futuro de reconciliação e paz para os irmãos deste país "que padecem em própria carne as conseqüências dramáticas de um conflito que perdura e vivem o presente em uma frágil e delicada situação política".

Em sua homilia durante os ritos de criação dos novos cardeais, o Santo Padre expressou que pensava "de maneira especial" em quão cristãos vivem "em regiões difíceis".

"Nestes momentos de alegria penso em nossos queridos irmãos do Iraque, que padecem em própria carne as conseqüências dramáticas de um conflito que perdura e vivem o presente em uma frágil e delicada situação política", assinalou.

Bento XVI manifestou que ao nomear cardeal ao octogenário Patriarca da Igreja Caldeia, com sede em Bagdá, quis "que maneira concreta" expressar sua solidariedade e afeto com a população iraquiana.

O Bispo de Roma pediu a todos os presentes que implorem a Deus "um futuro de reconciliação e paz para todos os povos que vivem nessa amada terra".

Em outro momento do Consistório, o novo cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, dirigiu uma palavras ao Santo Padre em nome dos novos cardeais nas que disse que o patriarca iraquiano deverá desenvolver "seu serviço patriarcal entre lágrimas e sangue" e no "doloroso êxodo de tantos cristãos da terra que tempo atrás viu partir para Abraão, pai comum na fé e na esperança".

Delly está à frente da comunidade católica esquenta desde dezembro de 2003 ao ser nomeado Patriarca da Babilônia dos Caldeus no Sínodo de Bispos celebrado no Vaticano para nomear ao sucessor de Raphael Bidawid I, falecido em julho desse ano.

Os cristãos no Iraque, 800 mil, constituem quase três por cento da população nacional. Desses cristãos, 70 por cento são católicos e outros ortodoxos. Os católicos pertencem ao rito caldeu, majoritariamente, ao Latino, aos Armênios e aos Sírio-católicos.