Uma juíza condenou a 30 anos da prisão ao Francisco Leonardo Fletes Sánchez, pela violação de sua enteada conhecida com o pseudônimo de "Rosita", que foi submetida a um aborto quando tinha 10 anos de idade. Fletes assegurou que as feministas da Rede de Mulheres contra a Violência –que orquestraram o aborto no ano 2003 e a usaram como símbolo de sua luta pela legalização da prática– conheciam sua relação com a menina.

O caso ficou conhecido em agosto passado, quando a menor –que resultou grávida pela segunda vez– fugiu de casa com seu bebê nos braços. Fletes a violou na Costa Rica, quando tinha nove anos de idade e seguiu abusando dela na Nicarágua. Um teste de DNA sobre a filha de Rosita confirmou a paternidade de Fletes.

A sentença foi emitida por Ruth Chamorro, Juíza de Distrito da Penitenciária da Masaya, 25 quilômetros ao oriente de Manágua. Sua pena é inapelável. Durante o julgamento, a menor confirmou que Fletes abusou dela durante todo este tempo.

Há algumas semanas, Fletes reconheceu que mantinha relações sexuais com a menina, inculpou a mãe da menor e assegurou que a Rede de Mulheres Contra a Violência, também estava inteirada de sua relação com ela.

O aborto da menor foi realizado em segredo por médicos contratados pelas feministas mas o feto não forneceu para um teste de DNA que permitisse saber quem tinha sido o violador.

A semana passada, a Associação Nicaragüense Pró Direitos Humanos (ANPDH), apresentou uma denúncia formal ante o Ministério Público contra as feministas da Rede de Mulheres Contra a Violência por encobrir a violação da menor.

A ANPDH há interposto uma denúncia pública contra María Luisa Molina Arguello, Juana Antonia Jiménez Martínez, Mayra Sirias, Jamileth Mejía Palma, Violeta Delgado, Ana María Pizarro, Martha María Blandón Gadea, Martha Munguía Álvarez e Lorna Norori Gutiérrez, por existir presunções de sua participação como encobridoras do delito de violação e autoras dos delitos contra a administração de justiça, associação e instigação para delinqüir e apologia do delito de aborto.