A poucos dias do referendum que votará a reforma constitucional na Venezuela a que os bispos qualificaram que "moralmente inaceitável", seminaristas deste país enviaram uma carta à Conferência Episcopal Venezuelana para lhes expressar sua fidelidade aos prelados "neste momento decisivo na história do país".

Conforme informa a organização internacional Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), os seminaristas indicam na missiva que esta reforma constitucional, além de "moralmente inaceitável" é "irreconciliável com a fé cristã e com sua perspectiva o homem e a sociedade". Deste modo agradecem aos bispos por ter advertido "enfaticamente e sem duvidar" deste perigo.

Os candidatos ao sacerdócio afirmam em seguida na carta que temem que esta reforma constitucional leve "a um recorte na dignidade humana e os direitos humanos". Como "futuros pastores e venezuelanos", expressam também sua "preocupação".

"Sabemos pela história do trágico destino dos países que viveram sob regimes socialistas e onde o estado tem poder absoluto sobre o indivíduo", manifestam; e acrescentam que "apoiamos a quem pacificamente defende os direitos legítimos e os expressam publicamente, de acordo a suas consciências. Em contraste vemos como uma ameaça à democracia a quem usa a violência física, psicológica ou verbal contra quem dá a conhecer seus pontos de vista abertamente".

Estes seminaristas venezuelanos, assinalam, tiram o chapéu motivados por um espírito de "zelo pastoral" e de "consciência eclesiástica".

Em opinião de Javier Legorreta, um dos especialistas na América Latina do AIN, "é um sinal esperançador ver o forte compromisso destes seminaristas com o futuro de seu país e a Igreja. A Igreja na Venezuela está sob ataque, mas é forte e valorosa".