Os promotores da clonagem de seres humanos perderam a seu principal aliado. O cientista britânico Ian Wilmut, que há dez anos clonou com êxito à ovelha Dolly, decidiu apostar pelo desenvolvimento de um método para obter células mãe tão versáteis como as embrionárias, sem clonar seres humanos.

O especialista declarou ao jornal britânico Daily Telegraph que tem previsto abandonar a técnica de clonagem que empregou para duplicar os genes do animal mediante transferência de núcleo, em favor de um sistema alternativo que estão desenvolvendo na atualidade científicos japoneses e que pode ser mais aceitável.

"Há algumas semanas decidi deixar de empregar a técnica da transferência de núcleo", indicou e declarou sua intenção de rechaçar a licença para clonar embriões humanos que lhe concederam as autoridades britânicas há dois anos.

O método de transferência de núcleo, pelo qual o DNA de uma célula adulta se inserida em um óvulo vazio ao que se estimula por meio de eletricidade, é uma técnica que, para Wilumt, desperdiça muito material genético para resultar rentável.

"Dada a escassa eficiência, a gente termina perguntando-se durante quanto tempo a transferência de núcleo será considerado um método útil", indicou.

Neste sentido, revelou que apostará pelo método alternativo que é desenvolvido pelo japonês Shinya Yamakana na Universidade de Tóquio. Seu método implica reverter o desenvolvimento das células da pele até as converter, de novo, em células mãe, capazes de assumir qualquer tipo de função biológica. Nos primeiros experimentos, a equipe de cientistas japoneses conseguiu este investimento acrescentando vírus às células da pele de ratos.

Para o Wilmut, este procedimento supõe o futuro da investigação celular e com o tempo permitiria reparar qualquer tipo de machuco em tecidos epiteliais, musculares ou cerebrais sem recorrer ao uso de óvulos nem embriões.