Na localidade albanesa do Scutari, oito irmãs clarissas têm aberto as portas do convento no que vivem atualmente e que fora convertido durante o regime comunista em um cárcere aonde morreram muitas pessoas também defendendo sua fé.

Em declarações a Rádio Vaticano, a irmã Sonia, uma das religiosas que vive no convento recorda que "este o primeiro monastério das irmãs clarissas aqui na Albânia depois de muitos séculos. Hoje ocupamos uma estrutura que era o velho convento dos frades menores. Em 1946 foi confiscado e transformado em sede da Securimi, quer dizer da polícia secreta do regime".

A religiosa conta que um dos setores do convento "foi convertido em celas para a detenção e lugares de tortura. O lado mais antigo conserva, ainda hoje, uma série de celas aonde morriam os prisioneiros e ainda se vêem os sinais das incisões".

"Caminhando pelos corredores do convento se pode respirar verdadeiramente um ar de graça: estes corredores foram verdadeiramente banhados pelo sangue dos mártires", irmãos "da Igreja Católica", acrescentou a clarissa.

A irmã Sonia explicou em seguida que "estes homens viram diminuída sua dignidade como seres humanos. Sobre os muros vêem estes sinais". "Recordamos além que durante a perseguição do regime do Enver Hoxha, iniciado em 1945, também se viveu é este lugar um verdadeiro ecumenismo no sofrimento", expressou.

"Estamos aqui para custodiar e contar esta história, para que não se esqueça. É muito importante isto porque sabemos que se um povo não reconhecer sua própria história, arrisca-se a repetir os mesmos enganos, e não só isso mas sim este povo quer reconstruir uma história melhor, distinta", disse a irmã Sonia.

Depois de comentar a necessidade de lhes contar também aos jovens esta história, a religiosa indicou que "queremos nos converter em um lugar de referência, mas não só disso mas também em um lugar de encontro. Estamos contentes de estar aqui já que é o Senhor quem permitiu isto e que agora seja nossa expectativa".