O Arcebispo de Toledo e Vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Antonio Cañizares, assinalou que a causa do aumento de divórcios no país se deve ao tratamento errôneo que se dá a "a realidade do matrimônio", e que está levando a família espanhola a um futuro nada esperançador.

Estas conseqüências, advertiu, "não são nada esperançadoras de cara ao futuro, pelo qual é necessário reafirmar a realidade e a importância da família e 'o caráter imprescindível da mesma assentada no matrimônio único e indissolúvel".

"Quando isto ocorre em uma sociedade, seu futuro e a quebra da mesma sociedade está aí mesmo", declarou à imprensa, de uma vez que resgatou o fato de que Castilla-La Mancha seja uma das regiões onde menos divórcios se produzem.

Por sua parte, o Bispo de Málaga, Dom Antonio Dorado Soto, coincidiu em que os "divórcios expresso" estão pondo em "crise" à família. O Prelado assinalou que se trata de "um problema muito grave, não só para a Igreja mas sim para a sociedade em geral"; mas esclareceu que não só esta facilidade para separar-se está afetando às famílias, mas também outros problemas como os casais de fato, os mal chamados "matrimônios" entre homossexuais.

"Tudo supõe uma grave ameaça para a família, que é a instituição religiosa e socialmente mais estabilizadora. O ameaçar essa instituição supõe um risco muito grande para essa sociedade", advertiu.

Lei irresponsável

O presidente do Foro Espanhol da Família, Benigno Blanco, também se somou às críticas à Lei de Divórcio e suas conseqüências, pois "como era de esperar, com uma lei tão irresponsável o número de divórcios não faz mais que aumentar, pois o matrimônio passou a ser na Espanha um ‘contrato lixo’, o contrato menos protegido pelo direito de todos os existentes".

Por isso, exortou aos políticos para que elaborem uma alternativa séria que, em vez de debilitar ao matrimônio, proteja-o em sua estabilidade e permanência para quem o queira em liberdade.

Do mesmo modo, o presidente do Instituto de Política Familiar, Eduardo Hertfelder, assinalou que urge a elaboração de uma Lei de Prevenção e Mediação Familiar que revertam o impacto negativo da Lei do Divórcio.

Assinalou que as mais de 145 mil rupturas familiares produzidas em 2006 são dados irrefutáveis que demonstram o fracasso do divórcio expresso e suas conseqüências nefastas para a sociedade.