No marco da multitudinária peregrinação juvenil à Basílica de Luján, o Arcebispo de Buenos Aires e Primaz da Argentina, Cardeal Jorge Bergoglio, criticou duramente as campanhas por ressuscitar os conflitos ideológicos dos anos 70, ao denunciar que há  quem queira nos enganar e nos dividir”.

O Cardeal pronunciou a homilia da Missa aberta com a qual encerrou a 30º Peregrinação Juvenil a Luján, no contexto de crescentes pressione para que se reabram as causas judiciais por violações aos direitos humanos durante a ditadura; e que vêm contando a história da violência política dos 70 de maneira unilateral.

“Hoje vamos dizer à Mãe que queremos ser um só povo; que não queremos brigar entre nós; que nos defenda dos que querem nos dividir; que queremos ser família e que para isso não necessitamos de nenhuma ideologia revanchista que pretenda nos redimir”,  disse o Cardeal argentino.

Ao lembrar que “Maria depois da cruz carregou o corpo do Jesus”,  o Card. Bergoglio enfatizou que “nos momentos onde tudo parece que vai se perder, Deus manifesta o amor em sua maior grandeza, que nos faz fortes”.

Em seguida, após agradecer a quem cumpriu pela trigésima vez com a prática de vir à casa da Mãe”, o Primaz da Argentina insistiu aos jovens a “carregar com tantos irmãos nossos que, na volta desta visita, certamente teremos que levantar”.

“Que nada nos separe de tudo isto que tanto acreditam. Que ninguém venha a nos enganar nem a nos dividir. Estas são as grandezas de Deus, assim Ele as quis”, insistiu o arcebispo.

Ao finalizar a homilia, o Cardeal chamou os jovens a “voltar renovados a casa” depois da peregrinação à Basílica de Luján, onde “deixamos o que nos custa carregar sozinhos todos os dias”, e reiterou seu pedido à Virgem pelo desejo dos argentinos de “ser um só Povo”.