Ao continuar sua catequese iniciada a semana passada sobre São Jerônimo, na Audiência Geral de hoje celebrada na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI destacou que para o autor da Vulgata "um critério metodológico fundamental para a interpretação das Escrituras, era a sintonia com o Magistério da Igreja".

Ao respeito observou que "não podemos ler sozinhos as Escrituras porque encontramos muitas portas fechadas e caímos em enganos. A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus. Apenas nesta comunhão com o Povo de Deus podemos entrar realmente com o ‘nós’ no núcleo da verdade que Deus mesmo quer nos dizer". Neste contexto, Bento XVI recordou a frase de São Jerônimo: "Eu estou com quem está unido à Cátedra de São Pedro".

Depois de ressaltar que este Padre da Igreja era um "apaixonado pela Palavra de Deus" e "doutor eminente na interpretação das Sagradas Escrituras", o Pontífice destacou que a Bíblia era para Jerônimo "estímulo e fonte da vida cristã para todas as situações e para cada pessoa. Ler a escritura é conversar com Deus".

São Jerônimo, prosseguiu o Papa, "não se esquece do aspecto ético e freqüentemente reafirma o dever de concordar a vida com a Palavra divina. Uma coerência indispensável para todo cristão e particularmente para o pregador, a fim de que suas ações não contradigam suas palavras".

Para o santo, o Evangelho deve traduzir-se em atitude de caridade verdadeira, porque em todo ser humano está presente a pessoa de Cristo" e concretiza: "Terá que vestir Cristo nos pobres, visitá-lo nos que sofrem, nutri-lo nos que têm fome, cobri-lo nos que carecem de teto".

Finalmente, Bento XVI ressaltou a contribuição de São Jerônimo à pedagogia cristã, indicando que uma de suas "principais intuições" foi a importância que deu a "uma educação integral e sã desde a primeira infância e a exigência do estudo para uma formação humana mais completa".