O presidente do Movimento Cristão Libertação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, criticou à Cúpula Ibero-americana celebrada recentemente no Chile por ignorar o sofrimento do povo cubano, através de um silêncio que a converte em cúmplice da opressão exercida pelo Governo de Fidel Castro.

"Possivelmente passe tempo antes que o povo cubano encontre razões para ser parte dessas cúpulas, porque quando no futuro próximo de Cuba livre e democrática, nossos filhos perguntem por que o estado cubano não participa disso que chamam Cúpula Ibero-americana e suas instituições? Certamente terá que dá-la resposta justa e com a verdade", advertiu em um comunicado.

Nesse sentido, Payá criticou a falta de valor "dessas cúpulas" que não se atreveram a "reclamar os direitos para os cubanos". "Embora sejamos histórica, humana e culturalmente parte dessa família (ibero-americana), essas cúpulas nos abandonaram e nos negaram quando vivíamos sob a opressão totalitária", expressou, e recordou que embora muitos cubanos escreveram cartas pedindo solidariedade, "essas cúpulas continuaram cúmplices e mudas".

"Tiveram tanto medo –afirmou– que conviveram com a mentira, muito além dos limites do que já era a brincadeira e o desprezo a nosso povo", legitimando e celebrando ao regime que lhes tirava a liberdade.

"Nem nos momentos finais, quando o povo de Cuba necessitava apoio para as mudanças pacíficas e o diálogo entre cubanos, sobre a base do respeito dos direitos, atreveram-se a ter uma palavra de solidariedade para os cubanos", manifestou o líder do MCL.

Entretanto, destacou e agradeceu as "brilhantes e excepcionalíssimas atitudes individuais de coragem e coerência" que houveram também nas cúpulas e que defenderam os direitos dos cubanos.

"Mas esta Cúpula celebrada no Chile perdeu a oportunidade, possivelmente a última, de reivindicar-se ante a história, ante o povo cubano e ante seus próprios povos", lamentou, pois deixaram Cuba só "e se submergiram na simulação de um concerto democrático".

Entretanto, afirmou que "para a próxima Cúpula Ibero-americana, já o povo de Cuba será livre, sem ter recebido o apoio das cúpulas e apesar das cúpulas".