O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, reiterou as críticas da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) à reforma constitucional do Presidente Hugo Chávez, a qual, advertiu, de ser passada suportará à violação das liberdades civis, entre elas o direito à liberdade religiosa.

Em declarações à Globovisión, o Cardeal qualificou à reforma constitucional de discriminatória porque escava o "pluralismo político" na Venezuela, e que lamentou que a resposta do Governo tivesse sido o insulto aos bispos.

"Tudo esta encaminhado a uma ideologia única e isso, é obvio, vai ser discriminatório, vai ser exclusivo e vai ter uma conseqüência terrível para todas as liberdades", advertiu o Cardeal, quem recordou que "o aspecto religioso, o qual é fundamental para o ser humano, também está em perigo nesta reforma".

Em seu documento de 8 de novembro, os bispos alertaram que "ante a proposta de Reforma Constitucional, apoiada por alguns e questionada por outros, Venezuela vive momentos de grande intensidade política, que levaram a legítimas manifestações estudantis mas também a atos de violência verbal e física que perturbam a paz".

Nesse sentido, pediram ao Governo e demais setores a "pôr todo o empenho em atuar com serenidade, com espírito realmente democrático" e evitar toda violência.

Recordaram que "o Estado e o Governo estão constitucionalmente obrigados a garantir a todos os venezuelanos o desfrute progressivo dos direitos humanos, particularmente o direito a manifestar pacífica e publicamente seu acordo ou desacordo com a proposta", sem que isso os converta em objeto de ataques.

Entretanto, o Ministro da Comunicação, William Lara, disse de Santiago do Chile, que o documento era um novo "arremesso da cúpula clerical contra o projeto e a democracia revolucionária", uma vez que chamou de "mentirosos" por sugerir que os incidentes violentos registrados a passada semana poderiam provir de setores afins ao Governo.

O texto dos bispos se encontra em http://www.cev.org.ve/noticias_det.php?id=272