SANTIAGO, 9 de nov de 2007 às 00:23
O Presidente da Conferência Episcopal Chilena (CECH), Dom Alejandro Goic, assinalou que "se quisermos uma maior justiça social" no país, devemos "nos pôr no lugar dos mais pobres" para poder compreender sua situação.
Durante seu encontro com o Conselho Assessor Presidencial para a Eqüidade Social, o Prelado relatou a história recolhimento pelo jornal italiano La Repubblica sobre o empresário Enzo Rossi, quem logo depois de tentar infrutuosamente viver um mês com o salário de seus trabalhadores, decidiu aumentar o salário de seus empregados em duzentos euros líquidos ao mês.
"Dediquem um dia ou meio-dia a dialogar com um lar pobre em algum povoado de Santiago. Ide à Transantiago. Penetrem nesse lar, dialoguem com seus integrantes, lhes escutem, fiquem em seu lugar. Estou seguro que lhes acontecerá algo pouco parecido ao que viveu o empresário italiano, Enzo Rossi", pediu o também Bispo de Rancagua.
Nesse sentido, depois de recordar os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, Dom Goic reafirmou seu chamado a obter um salário ético "porque vivo em um país majoritariamente cristão". "A mensagem de Jesus é clara", advertiu.
"Aquela miséria que condena aos pobres à fome, à enfermidade, à solidão, ao pranto, não tem sua origem em Deus. Ao contrário, aquilo é um escândalo para Ele. Deus quer a todos saciados, felizes e rindo. Os que não interessam a ninguém interessam a Deus. Os que não têm a ninguém que os defenda têm a Deus como Pai. A mensagem e a atuação de Jesus não significam agora mesmo o final da fome e a miséria, mas sim uma dignidade indestrutível de todas as vítimas de abusos e atropelos", explicou.
O Conselho Assessor Presidencial para a Eqüidade Social foi criado em agosto pela Presidente Michelle Bachelet com o objetivo de procurar os mecanismos para obter a eqüidade social no país. O encontro ao que assistiu o Presidente da CECH se realizou no Palácio de La Moneda.