As Cáritas diocesanas de Canárias e de Tenerife lamentaram ontem as "tão terríveis e dantescas" mortes de 45 subsaarianos na costa africana em sua tentativa de alcançar as Ilhas Canárias. Esta é a segunda oportunidade em apenas uma semana que acontece uma tragédia desta natureza.

"Ante este ‘holocausto contemporâneo nos rebelamos contra a passividade e a aceitação da cotidianidade de tantas e tantas mortes", manifestam as organizações caridosas através de um comunicado, recordando que "faz só uma semana enviamos este mesmo comunicado ante um drama muito similar ao que hoje nos aconteceu".

"Quantas pessoas têm que morrer para que se tomem medidas efetivas? Até quando vamos limitar-nos a contemplar de forma passiva a realidade nos meios de comunicação? Seguiremos virando a página e mal acostumando a ver esta realidade apenas como uma notícia cotidiana? Uma morte não é só uma notícia a mais, mas sim uma tragédia humana", perguntam e asseguram as instituições diocesanas.

Depois de lamentar a insensibilidade ante este "drama", Cáritas denuncia o "silêncio de algumas instituições que têm a responsabilidade de desenvolver mais políticas efetivas de desenvolvimento nos países vizinhos, e menos políticas de defesa e castigo para os imigrantes".