Um médico conhecido por sua objeção de consciência ao aborto em um hospital de Sevilha, acabou sendo o único suspenso pelas autoridades sanitárias, em razão da exigência de uma mãe pró Abortista de Esquerda Unida, que acusou a toda a equipe de ginecologia do hospital de não ter detectado a tempo má formações em seu bebê.

O médico Antonio Zayas, do Hospital da Mercê de Ursina, foi penalizado com dois meses de emprego e salário pelo Serviço Andaluz de Saúde (SEJA) como medida do SEJA diante da denúncia de Francisca Díaz Roldán, da Villanueva de San Juan.

A história

A mulher, que em suas verificações pré-natais ocultou seus antecedentes familiares que assinalavam riscos fetais, foi atendida em setembro do ano 2001 no Hospital da Mercê por outro médico de sobrenomes Jiménez Ruiz, quem lhe fez uma ecografia e lhe informou que o menino não apresentava anomalia alguma.

Em dezembro, Díaz Roldán que manifestou que “toda mulher deve ter direito a decidir a maternidade de um filho com má formações múltiplos severas”, recebeu em uma posterior consulta o mesmo resultado.

Intranqüila com o diagnóstico, a mulher foi em janeiro do ano 2002 a uma consulta privada com outro médico, que suspeitou de quisto fetal mas não emitiu nenhum relatório.

No dia seguinte –com 34 semanas de gestação, 12 a mais que as 22 dispostas pela lei para permitir o aborto por má formação fetal- voltou a ir à Mercê e esta vez sim foi atendida pelo doutor Zayas que, à luz da ecografia do médico particular, detectou um quisto de 66 milímetros, e fez um diagnóstico de eventual corioangioma (tumor da placenta). Em 21 de janeiro, Zayas insistiu em seu diagnóstico após fazer outra ecografia na mãe.

Em 16 de fevereiro, Díaz Roldán deu a luz um menino com má formações. Em junho de 2002 denunciou ao diretor e a toda a equipe de ginecologia do hospital.

Apesar da queixa, a investigação só se dirigiu contra Zayas e o doutor Guillermo Pradas, "curiosamente" os dois únicos médicos impedidos de consciência do centro. Pradas se aposentou, paralisando assim aatividade inspetora.

O SEJA opinou que houve engano no diagnóstico e negligência por não ter remetido a paciente a um centro com melhores recursos, sancionando curiosamente ao doutor Zayas.

Uma mãe Abortista

Segundo resenha o economista e jornalista Luis Losada, “o julgamento de Zayas foi de um eventual corioangioma, que em qualquer caso teria tido o mesmo seguimento ginecológico que o mielomeningocele, que efetivamente padecia o filho de seu paciente”. E se não acertou no diagnóstico, continua Losada, foi devido à precariedade do instrumental disponível e na instituição sanitária.

“A mãr, pró abortista, esperava que o doutor Zayas fizesse uma fraude de lei bastante habitual: oferecer o aborto pela via terapêutica, sem prazo legal. Quer dizer, simular perigo para a integridade física ou psíquica da mãe”, assinala o jornalista.

“Ou possivelmente esperava que lhe caíssem seis mil euros como à mulher cordobesa que abortou tarde pelo aborto mau chamado terapêutico, porque os médicos não detectaram uma má formação que fazia inviável ao feto. Entendeu-se então que a mãe tinha sofrido um ‘dano moral’”, resenha Losada.