Diante do anúncio da Ministra de Saúde e Consumo, Elena Salgado, de permitir a pesquisa com embriões a partir de outubro, cientistas e cidadãos apresentaram a possibilidade de dar os embriões congelados em adoção como alternativa para evitar sua destruição.

A plataforma “Há Alternativas” informou aos casais ou à mãe de tais embriões congelados que, “como única opção para o não descongelamento e destruição de seus filhos”, tal e como o prescreve a lei vigente, escolham com seu consentimento informado, já seja “mantê-los congelados até sua transferência a sua mãe; ou “doá-los a outros casais com fins reprodutivos, podendo manter-se à espera apenas durante cinco anos mais congelados e passando logo à pesquisa”.

Depois de rechaçar o anúncio da Ministra “porque supõe a destruição de embriões: seres humanos em etapa embrionária”, a Plataforma de cientistas e cidadãos insistiu ao “Governo para que se propicie que os pais doem os embriões para a reprodução e não para a pesquisa”.

“O recente caso de uma mulher do oriente próximo que pôde dar a luz a filhos saudáveis depois de quase dez anos congelados como embriões, mostra evidências de que embora estejam crioconservados por mais de cinco anos podem estar em perfeito estado”, argumentaram os cidadãos em um comunicado.

Por sua veze, a porta-voz da Plataforma, a Dra. Gádor Jóia, pediu ao Governo que “se potencialize e desenvolvam as pesquisas com células-tronco adultas e do cordão umbilical, que já estão curando na Espanha em Navarra, Valladolid e Madri”.

Em sua missiva, “Há Alternativas” informou que “na Espanha e EUA ainda não se conta com estudos que avaliem com rigor científico lucros na aplicação de células-tronco embrionárias a cura de doenças, mas sim produzem desenvolvimento de câncer, tal e como assinalaram o Dr. Prieto e o Dr. Masdeu no Jornal Médico recentemente”.

“Assim o recomendou também a Real Academia Nacional de Medicina em março de 2002, censurando o uso de embriões humanos vivos ou possivelmente viáveis para uma pesquisa que suponha sua destruição”, concluiu o comunicado.