O primeiro Vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Roberto Lückert, chamou os venezuelanos a abrirem os olhos ante a ameaça socialista-comunista que se abate sobre o país através da reforma constitucional do Presidente Hugo Chávez, porque se não o faz, depois do referendum de 2 de dezembro ao povo só restará "chorar ao monte".

"Estamos alertando ao povo venezuelano do que vai acontecer depois de 2 de dezembro e se o povo da Venezuela não acordar e não abrir os olhos, depois de 2 de dezembro todo mundo irá chorar porque aí não haverá mais recursos", expressou o Prelado à imprensa local.

O também Arcebispo de Coro advertiu que o texto presidencial confunde os conceitos Estado com Governo, como se fossem o mesmo. "Conforme diz a reforma, que lhe põe isso em diferentes lugares, (Venezuela) é uma república socialista-comunista como o modelo que temos à frente que se chama Cuba e eu, pessoalmente, como venezuelano, não quero que meu país se ancore nesse "mar da felicidade" que se chama Cuba".

Nesse sentido, recordou que está em jogo "a Venezuela democrática, livre", e indicou que os bispos não estão contra o Presidente Chávez, mas sim "contra uma Constituição que não unifica toda a Venezuela".

Por isso, criticou que o mandatário diga que a nova Carta Magna "é vermelha", pois em realidade deve ser "amarela, azul e vermelha, as cores da pátria, porque já quando dizem que é vermelha estão excluindo aos que não estão com o processo e isso não pode ser".

"A Constituição de 1999 diz que a Venezuela é um país democrático, uma república bolivariana democrática, pluralista, federativa, protagônica e participativa, isso o diz o preâmbulo e os dez primeiros artigos" mas "através do que nos estão colocando agora a nova Constituição, a que vai sair depois de 2 de dezembro, Venezuela vai gerar um Estado socialista", advertiu.