O Presidente da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), Dom Luis Augusto Castro, chamou as novas autoridades locais escolhidas este 28 de outubro a usar sua criatividade e audácia para encontrar mecanismos que levem a país, em princípio, a obter o nível mais elementar da paz, que é a ausência de guerra.

"Convidamos aos novos dirigentes dos departamentos e municípios, Governadores, Prefeitos, Deputados, Vereadores e Edis, a qual sobre a base de seu dever de proteger a vida, honra e bens dos cidadãos, manifestem uma nova audácia em favor da paz, uma nova criatividade para procurar caminhos de paz, um novo estilo que motive a entrar pelos caminhos da justiça e a reconciliação", expressou o Prelado em sua mensagem "A Paz: um compromisso inadiável".

No texto, o também Arcebispo de Tunja reafirmou a vontade da Igreja de "colaborar com vocês na construção de uma Colômbia reconciliada e na busca do bem comum para todos".

Dom Castro recordou que o país se viu forçado nas últimas décadas "a conviver com a guerra, a viver na guerra e em muitos casos a viver da guerra", o que trouxe como conseqüência "a debilitação do sentido humanitário, a queda geral do nível de confiança e o desalento frente aos desafios que terá que superar".

"Debilitação e desalento unidas nos tornaram tímidos para exigir a busca do diálogo com o objetivo da paz. É mais fácil pedir a solução armada que a solução dialogada".

Nesse sentido, explicou que o caminho do diálogo não é fácil, pois este "se faz com os inimigos, não com os amigos", e que embora devesse fazer-se em meio da trégua e entretanto, a história mostrou que às vezes este se realiza "em meio das lágrimas e com um alto nível de desconfiança inicial".

"A busca da verdade, a justiça e a reparação que se abre espaço em nosso país hoje sobre tantos atos que deixaram um sem-número de vítimas e muitas lágrimas, tem que ser ocasião para avançar para a paz e não para uma nova cadeia de vinganças", expressou.

Por isso, depois de manifestar sua impressão de que ao parecer as cifras de deslocados e assassinatos não diminuem, o Prelado convidou a colaborar com iniciativas de paz. "Embora as negociações diretas sejam tarefa exclusiva do Governo Central, as ações a favor da paz não o são", indicou.

"Não percam a oportunidade de fomentar desde sua nova condição de servidores públicos uma cultura de paz apoiada na retidão de vida e a consciência ética", finalizou.

O texto na íntegra pode ser lido, em espanhol, no site http://www.cec.org.co/noticias.htm?x=22198