A estratégia dos legisladores oficialistas para que o Senado reconsiderasse a votação, que rechaçou despenalizar o aborto, ficou desbaratada logo que um parlamentar a fizesse pública em uma TV local.

Em 17 de outubro o Senado votou contra a despenalização do aborto e o tirou do projeto de lei de saúde sexual e reprodutiva. Entretanto, um meio local informou que logo depois de suspender o debate deste texto para na próxima semana, os partidários do aborto tiveram a idéia de introduzir "surpreendentemente" uma nova votação para o dia em que se realize o debate.

A emissora Índice 810 assinalou que, segundo fontes políticas, a estratégia contemplava que para o debate estivesse presente o senador Julio María Sanguinetti, partidário do aborto que não esteve em 17 de outubro; assim como aproveitar a ausência do senador Carlos Baráibar, oposto à despenalização do aborto, mas que por licença estará ausente a semana que vem quando se realizar o debate.

Em 17 de outubro o Senado uruguaio rechaçou a despenalização do aborto ao produzir um empate a 15 votos. Para aprová-lo bastava que a medida tivesse sido apoiada com maioria simples. Com a manobra descrita, os abortistas procuravam passá-la por 16 votos contra 14.

Entretanto, as fontes afirmaram que esta "picardia política" não terá o efeito desejado porque a estratégia foi publicada. De fato, indicou o meio local, existem moléstias dentro da Frente Amplo, oficialista e partidário do aborto, com o senador Alberto Couriel por ter comentado isto em um canal de televisão.

Por outro lado, informou-se que o motivo pelo qual o projeto de lei de saúde sexual e reprodutiva não foi ainda debatido no Senado, é porque a comissão de saúde pública não analisou ainda todo o articulado.