Os principais candidatos à presidência da Argentina são contrários à legalização do aborto, segundo um artigo do jornal La Nación, que enviou uma pesquisa a cada um sobre união entre homossexuais, defesa da vida, drogas e pena de morte.

O jornal informou que há duas semanas enviou aos sete candidatos com maior intenção de voto uma pesquisa sobre temas dos que "quase nenhum político prefere falar: o matrimônio entre homossexuais, a despenalização do consumo de drogas e a pena de morte". 

Assim, ao referirem-se à legalização do aborto, os candidatos Elisa Carrió, Roberto Lavagna e Ricardo López Murphy, expressaram sua oposição; enquanto que Fernando Pino Solanas não se definiu nem a favor nem contra, mas assinalou que levaria o tema ao Congresso. Com respeito à postulante do oficialismo, Cristina Kirchner, o jornal disse que também é contrária à despenalização; entretanto, não respondeu à consulta.

Tampouco quiseram dar sua opinião Alberto Rodríguez Saá e Jorge Sobisch.

Entretanto, embora em linhas gerais exista uma oposição ao aborto, Carrió disse que na Coalizão Cívica há distintas posições, "por isso vai se garantir o debate. Eu não estou a favor e haverá liberdade de consciência para todos os legisladores".

Por sua vez, Lavagna disse estar a favor da vida, e indicou que essas situações muito conflitivas "nas quais o valor vida ou saúde da mãe entram em conflito com o da pessoa por nascer", foram resolvidas no Código Penal vigente.

Murphy também se expressou a favor da vida, mas assinalou que para evitar os abortos deve haver "políticas efetivas de educação sexual, prevenção de gravidezes não desejadas e planejamento familiar, assim como de um debate dos direitos reprodutivos das mulheres e de suas formas de defesa ante os diferentes tipos de violência, incluída a sexual".

"Tomar este tema isolado do contexto que incide sobre a problemática da gravidez não desejada tende a distorcer a complexidade do problema. Deve ser abordado no contexto mais amplo de políticas de contenção e proteção das crianças e adolescentes", assinalou por sua parte o candidato Solanas, quem disse estar a favor das uniões do mesmo sexo.

Sobre as uniões homossexuais, Carrió indicou que "é preciso garantir a vida mais digna possível e os conseqüentes direitos a pessoas de identidade sexual diferente"; mas manifestou que a adoção de crianças "é um tema de uma complexidade moral e social tão profunda que não pode ser objeto de uma definição".

"O matrimônio é a pedra fundamental da sociedade e a célula fundamental da família -expressou Murphy-, e deve ser mantido em sua essência e espírito tal como foi criado. E a capacidade de adotar crianças deve ficar limitada ao matrimônio".

Por sua vez, Lavagna assinalou que "o matrimônio está definido como a união entre um homem e uma mulher. Estou de acordo com o reconhecimento da união civil de casais homossexuais com os direitos e obrigações que tal união gera. O ideal é dar prioridade para a adoção de crianças abandonados a matrimônios heterossexuais, que reúnem as outras condições que prevê a lei".

"Estou de acordo com que os homossexuais tenham o mesmo direito a casar-se que os heterossexuais" e que possam adotar, assinalou Solanas.

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