Em um documento divulgado esta sexta-feira, a Conferência Episcopal do Equador assinalou que o desejo de mudanças no país deve ser respondido pela Assembléia Constituinte mediante o respeito à dignidade da pessoa humana.

"Nosso país vive hoje uma realidade marcada pelo desejo de grandes mudanças positivas que afetem profundamente a vida da Nação para bem de todos", dizem os bispos.

Os prelados "contemplamos com dor os rostos de nossos irmãos que sofrem", "pobres, desempregados, emigrantes, deslocados que procuram sobreviver com uma economia informal"; "meninos e meninas submetidos ao trabalho e a prostituição infantil", assim como "crianças vítimas do aborto".

"Sofremos com todos os que sofrem solidão e se vêem excluídos da convivência familiar e social", adicionam.

O comunicado destaca como "alarmante" o nível de corrupção "que envolve tanto ao setor público como ao setor privado"; por isso "compreendemos e valorizamos que o povo se manifestou massivamente a favor de uma mudança".

A respeito, os bispos esperam que a próxima Assembléia Constituinte "possa realizar as mudanças mais convenientes e elevamos nossa oração ao Senhor para que ilumine seus membros"; mas assinalam alguns "aspectos fundamentais que deverão ser levados em conta na Nova Constituição".

Os bispos propõem assim os seguintes tema:

  • Dignidade da pessoa humana como "imagem de Deus com seu eu insubstituível".
  • Educação "centrada na pessoa humana" e que "o Estado garanta o direito que têm os pais de família a escolher livremente a educação de seus filhos".
  • Família-Vida: "O Estado garanta e proteja a vida humana, como direito primário inalienável de toda pessoa"; assim como à família, "formada por um homem e uma mulher, origem da vida e célula fundamental de toda sociedade".
  • Corrupção e pobreza: "O Estado garanta a criação dos elementos necessários para que os cidadãos, as funções do Poder Público e os órgãos de controle impeçam sua corrupção em todas suas formas".
  • Estruturas do Estado, submetidas a reformas que promovam "o robustecimento da unidade nacional e de uma democracia real e participativa apoiada na pessoa".