A holandesa Rebecca Gomperts, fundadora e diretora da organização Women on Waves (Mulheres sobre as Ondas), visitou Malta para promover o aborto. A população, majoritariamente católica, repudiou sua presença e os eventos públicos que devia protagonizar se desenvolveram a portas fechadas.

Sua organização é a proprietária e administradora do chamado "Navio do Aborto", um abortuário flutuante que recolhe mulheres grávidas nas costas dos países onde o aborto não é legal para submetê-las a abortos químicos ou cirúrgicos em alto mar.

Conforme informou LifeSiteNews.com, Gomperts ofereceu nesta capital uma conferência sobre "o direito à maternidade", embora se tratasse do momento mais importante de sua excursão, o evento se desenvolveu no mais completo hermetismo e os pró-vida tinham proibido ingressar no lugar.

A abortista chegou ao país e encontrou uma vigília de oração e círios acesos organizada pela Fundação Gift of Life, nos subúrbios de Castille Hotel.

Gomperts conversou a portas fechadas com alguns jornalistas. Declarou que seu objetivo particular é promover o fármaco abortivo RU-486 e alegou que consumir esta substância é mais seguro que dar a luz.

"Muitas mulheres não conhecem a existência do aborto ‘medico’ (NDR: clínico) e esse é um de meus objetivos em Malta, fazer saber que podem obter este remédio e fazê-lo por si mesmos com segurança nas primeiras nove semanas de gravidez", indicou Gomperts e assegurou que um "pequeno número" de mulheres maltesas a contataram de forma privada para abortar em seu navio.

Gomperts, que é mãe de duas crianças, negou a existência da síndrome pós-aborto e declarou à imprensa que sua experiência de maternidade só reforçou seu apoio ao aborto porque se convenceu que não há algo melhor que a "maternidade voluntária" e que "todos as crianças têm direito a serem filhos desejados".

Entretanto, Gomperts evadiu responder se ela mesma se submeteu a um aborto. A repórter do Times, Ariadne Massa, assinalou sua surpresa ante algumas declarações invadidas por silêncios.

"Não acredito que ... o ... a razão pela qual duvido em responder esta pergunta é porque ao fazê-lo ... eu acredito que sou uma mulher como qualquer outra. 46 milhões de mulheres abortam a cada ano, por isso não acredito que minha experiência pessoal neste assunto marque uma diferença", assinalou.

A visita de Gomperts foi organizada por Emmy Bezzina, a mais proeminente abortista de Malta. Bezzina pertence ao Partido Liberal Alfa que promove o aborto e o divórcio, uma postura que difere muito da opinião da maioria de malteses profundamente católica. Nas últimas eleições, este grupo político apenas obteve 0,0049% dos votos válidos.