BUENOS AIRES, 28 de set de 2004 às 14:39
Em um comunicado titulado “Sobre a proibição do aviso público de curas milagrosas não verificadas”, Dom. Jorge Luis Lona, Bispo de São Luis, Argentina, reiterou que as supostas curas sobrenaturais produzidas no marco das orações da Renovação Carismática Católica não devem ser anunciadas como feitos reais sem a comprovação tanto da ciência como a aprovação da Igreja.
No comunicado o Prelado assinala que o Assessor Nacional da Renovação Carismática Católica na Argentina, Padre Anjo Gabriel Gayte, coincidiu plenamente com a política eclesiástica em relação às comunicações públicas destes fatos que ao interior da RCC se conhecem como “palavras de conhecimento”.
Dom. Lona assinala no comunicado que o mesmo Pe. Gayte há dito que “sobre o carisma de palavras de conhecimento, terá que sabê-lo discernir na comunidade, não todos têm este carisma e muitas vezes pode ser muito tentador possui-lo porque provoca um protagonismo que dá certa categoria na Igreja, por isso é o Bispo quem deve discernir se houver ou não tal carisma”.
“Este carisma para que seja acreditável deve ir acompanhado do testemunho claro de que ocorreu e deve ser certificado pela medicina ou pelo fato de que alguém se cura da cegueira, ou surdez, ou um paralítico recupera seus membros atrofiados e começa a caminhar”.
O comunicado do Prelado assinala que o fato de haver-se proibido a um sacerdote local, o Pe. Miguel Anjo Santurio, a manifestação das mencionadas palavras de conhecimento de curas sobrenaturais, “não se deve a uma decisão arbitrária do Bispo, mas sim ao juízo médico que desautorizou tais manifestações”.
“Nos treze casos de possíveis curas sobrenaturais cuja documentação apresentou o Padre Santurio, todos eram explicáveis por razões científicas, segundo a Comissão constituída a pedido do Bispo na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica de Cujo”, adiciona o comunicado.
“E terá que assinalar -diz o Bispo Lona- que à inversa, há um caso perfeitamente comprovado de palavra de conhecimento dela, anunciando a cura imediata de um câncer em estado terminal, ao qual seguiu a pronta morte do doente”.
“Vemo-nos obrigados a efetuar esta elucidação diante de expressões do Padre Santurio que podem induzir a confusão sobre o sentido da medida tomada, cujos fundamentos lhe foram transmitidos com extrema paciência e consideração”.