O Bispo de Málaga, Dom Antonio Dorado Soto, considera que com a disciplina de Educação para a Cidadania o Estado se coloca "acima da Constituição espanhola" e criticou a incongruência do Governo de José Luis Rodríguez Zapatero que pretende deixar serem aprovados alunos de bacharelado com quatro disciplinas desaprovadas.

"Parece-me curioso que deixem ser aprovados com quatro disciplinas pendentes e não deixem aprovar se falta a Educação para a Cidadania", indicou o Bispo; quem insistiu em que esta disciplina "não deve ser obrigatória, como não o é em muitos países da Europa, e não deve educar a consciência dos alunos, já que isso é tarefa dos pais".

Dom Dorado Soto, ressaltou as diferenças que existem desta disciplina se comparar com a de outros países. "No resto da Europa se chama Educação para a Cidadania Democrática e seu objetivo é formar os jovens mediante uma série de valores compartilhados presentes nas constituições", precisou.

O Prelado malaguenho recordou que os bispos manifestaram seu julgamento crítico a EpC em dois documentos publicados em fevereiro e julho. "Nesses textos afirmamos que esta lei implica uma lesão grave do direito que têm os pais e a escola em colaboração com estes a escolher a formação moral que desejem para seus filhos, direito que de uma vez está recolhido na Constituição Espanhola".

Dom Dorado Soto indicou também, que o papel de educar as consciências "não é próprio de um Estado democrático e de direito. Se o Estado não pode impor uma formação religiosa porque é um país laico, tampouco pode dizer o que é bom ou justo".

O Bispo de Málaga fez finalmente uma chamada para que os pais não adotem uma posição "passiva ou cômoda quando está em jogo a liberdade de consciência e ensino dos menores".