O Secretário Geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan Antonio Martínez Camino, rechaçou a proposta do Ministério da Saúde para a criação de um Comitê Bioético sobre a eutanásia.

"A eutanásia é uma das tentações dos estados totalitários contemporâneos. A postura da Igreja não é maximalista nem extrema com ela. A Igreja é contra que se faça com que os doentes sofram, aos moribundos, em contra a sã terapia que quer prolongar a vida à base de sofrimento para o paciente e para a família. Isso não é ético", explicou o Pe. Martínez Camino em declarações à Cadeia Cope.

"Tampouco pode adiantar a morte. Não deve ser absurdamente atrasada nem tampouco adiantada. Com isso se introduz a insegurança no sistema sanitário já que, toda vida humana é igualmente valiosa, embora esteja diminuída em suas características físicas", acrescentou o porta-voz dos bispos.

A proposta de criação deste comitê foi confirmada na quinta-feira pelo Ministro da Saúde e Consumo, Bernat Soria. O Comitê Bioético estaria dirigido a doentes sem tratamentos de caráter paliativo ou que renunciem a assistência terapêutica.

Por outro lado, questionado a respeito das possíveis críticas que vai receber a Igreja na próxima beatificação de 498 mártires do século XX, a maior parte da Guerra Civil espanhola, o Pe. Martínez Camino disse que "a Igreja não procura culpados mas sim a Glória de Deus, que é o bem do ser humano ao que o testemunho destas pessoas contribui notavelmente. A lista de candidatos se renova constantemente e na atualidade há até duas mil pessoas".

Disse que se beatificam tantos mártires porque "é a época onde Cristo deu mais mártires a toda a história do Cristianismo -cerca de oito mil-. A causa é porque o século XX foi o dos totalitarismos e o da aversão sistemática no nome de Deus. Foram fiéis a uma fé heróica que amavam".