A Direção de Comunicação Social do Arcebispado do México reafirmou que para o Arcebispo, Cardeal Norberto Rivera Carrera, ampliar o conceito de liberdade religiosa é imprescindível "se quisermos que o México vá crescendo em seu itinerário democrático", por isso é necessária uma legislação que garanta aos sacerdotes e religiosos os direitos que a Carta Magna brinda a todos os cidadãos, entre eles, os de expressão e reunião.

Nesse sentido, através de um comunicado, afirmou que o Cardeal respalda a iniciativa apresentada pelo Colégio de Advogados Católicos para reformar os artigos 3, 4 e 130 da Constituição.

No texto, recordou que a Igreja não procura privilégios, mas sim se trate aos ministros de culto "em igualdade com o resto dos cidadãos mexicanos" e assim "gozem do exercício de suas garantias individuais e não sejam ameaçados ou perseguidos por professar sua fé ou iluminar a realidade social dos valores da Palavra de Deus".

Do mesmo modo, advertiu que limitar aos ministros de culto em suas críticas a leis e partidos políticos é incompreensível em uma verdadeira democracia.

Nesse sentido, esclareceu que "a Igreja não tem interesse em associar-se politicamente" e que quando há alguma crítica a algum partido político "é porque seus princípios ou plataformas eleitorais atentam contra os valores cristãos e o Evangelho, e põem em perigo a saúde espiritual dos fiéis laicos". "Não se trata de uma intromissão política mas sim de uma missão profética que é inerente à missão pastoral da Igreja", indicou.

O Cardeal Rivera, assinalou o texto, considera que é um direito cidadão dos ministros de culto o poder se votados. Entretanto, especificou que a Igreja "não tem interesse algum em levar a prática este direito por não convir nem à Igreja nem à sociedade, e por outra parte, a lei canônica proíbe estritamente a todos os sacerdotes a concorrerem para cargos eleitorais".

"O principal trabalho dos pastores é ser ministros do Evangelho do Senhor, aproximar dos homens a Deus e procurar sua salvação eterna", expressou. Entretanto, indicou, "os fiéis cristãos estão neste mundo e seus pastores não podem desentender-se de seus problemas concretos".

"A missão da Igreja não pode sujeitar-se ao interior dos templos e à prática do culto, os pastores não só podem, mas também têm a obrigação de orientar a seus fiéis em tudo aquilo que afete a sua vidas, e a dimensão política é um aspecto importante que pede ser iluminada pelo Jesus Cristo e o Evangelho", manifestou.

Recordou que a Arquidiocese "tem clara a conveniência da separação da Igreja e o Estado" e que suas opiniões sobre o atual Lei de Associações Religiosas "não pretende debilitar ao Estado laico e muito menos pretende instaurar um Estado confessional", mas sim pedir "uma autêntica liberdade religiosa".

O texto na íntegra se encontra em http://www.siame.com.mx/index.php?option=com_content&task=view&id=1501&Itemid=1