O jornal espanhol Fórum Libertas qualificou de "infundadas" as críticas contra as declarações do porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan Antonio Martínez Camino, a quem alguns setores atribuíram um suposto rechaço às ajudas econômicas às mães solteiras.

"A valoração do porta-voz da Conferência Episcopal sobre as ajudas do Governo, -os famosos 2.500 euros que serão libertadas a cada criança nascida a partir da data do discurso de Zapatero no Congresso dos Deputados- deu imediatamente pé a uma série de críticas, uma vez mais, infundadas", expressou o jornal.

Fórum Libertas esclareceu que em nenhum momento o porta-voz da CEE se opôs à ajuda econômica às mães solteiras ou lares mono parentais. Assinalou que as declarações de que "as crianças devem ser ajudadas com independência de quem traga para o mundo" e que o adequado para eles é ter um pai e uma mãe, "foi transformado em uma espécie de crítica virulenta às ajudas às mães solteiras".

Explicou que o princípio de ajudar às crianças independentemente das condições nas que tenha vindo ao mundo se refere, em termos de política social, à necessidade ajudar todas as famílias em função do número de filhos que nasçam. Sobre esta base, indicou, "podem construir-se outras políticas de caráter mais assistencial, ou adaptadas a circunstâncias específicas".

Nesse sentido, afirmou que é necessário apoiar a muitos lares mono parentais com risco potencial de pobreza, mas esclareceu que "conceitualmente este segundo bloco" é distinto ao das famílias numerosas. "Seu fim não é tanto a família como o risco de marginalização econômico e social. Mesclár tudo como faz o Governo é lançar à confusão", advertiu.

"Uma coisa é equiparar em quantidade econômica o que se outorga ao filho de uma família numerosa e a outro de uma família mono parental, e outra muito distinta, mesclar ambos os conceitos", assinalou.

Fórum Libertas disse que a confusão governamental "não só faz arbitrários alguns aspectos da ajuda que se instrumentalizam como ataque à Igreja, mas sim responde a uma concepção ideológica determinada que apresente a existência de ‘diversos modelos de família’. Isto estatística e conceitualmente, não é certo".

Nesse sentido, o jornal espanhol advertiu que apresentar "não-modelos" de família como alternativa ao modelo familiar "é um prejuízo ideológico que somente contribui a machucar a sociedade fazendo invisível as causas que geram a desestruturização, e evitando desta maneira que possam arbitrar-se medidas que ajudem a quem o deseje a superar aqueles estádios que podem conduzir à ruptura".

Por outro lado, o Escritório de Informação da CEE recordou que as declarações do Pe. Martínez Camino foram que "a Igreja deseja que se ajude a todas as crianças, independentemente das condições em que tenham sido trazidos ao mundo. Para sua dignidade pessoal não importam as condições nas que tenham sido engendrados e portanto terá que ajudar a todos".

"Outra coisa distinta é que, como também destacou o porta-voz, a Igreja defenda que, precisamente porque são, acima de tudo os direitos das crianças as quais terá que proteger, o que se deve promover é que venham ao mundo em condições ótimas para eles, quer dizer, no seio de um matrimônio, com um pai e uma mãe que os amem e os eduquem", expressou.