O Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, denunciou que na Argentina "aplica-se a pena de morte" mediante o aborto e a "eutanásia encoberta" de anciões abandonados e maltratados.

"Na Argentina há eutanásia encoberta. As obras sociais pagam até certo limite; se aprovam, ‘morra, total é velho’. Hoje se descarta os velhos quando, em realidade, são a sede da sabedoria do povo", denunciou o Cardeal ao apresentar o Documento Final da Conferência Geral do Episcopado celebrada em Aparecida, Brasil.

O Cardeal Bergoglio lamentou que no país se promovesse uma "cultura do descarte de tudo o que não é funcional" e assegurou que "a palavra mais mencionada no documento de Aparecida é "vida", porque a Igreja é muito consciente de que o mais barato, o que menos se cota na América Latina, é a vida".

Do mesmo modo, denunciou que "dizemos que não estamos de acordo com a pena de morte, que é uma injustiça, mas na Argentina temos pena de morte. Pode ser condenado a morte uma criança concebida por violação de uma mulher de mente idiota. Sejamos conscientes de que com eufemismos não podemos tampar a cultura do descarte".