Ante as acusações lançadas pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Willian Lara, ao Arcebispo de Coro, Dom Roberto Luckert, a quem qualificou de "conspirador" e "subversivo", o prelado assinalou nesta sexta-feira que esse é o estilo do governo de Hugo Chávez e que, pelo contrário, o único que lhe preocupa e angústia é o bem da Venezuela.

Ante os microfones de União Radio, o Arcebispo afirmou que suas declarações só obedecem a sua preocupação pelo país: "me angustia e me preocupa a Venezuela e não quero que o país vá se ancorar no mar da felicidade cubana onde os pobres cubanos levam 50 anos sofrendo a angustiosa perseguição e o tortura de um tirano".

Ao referir-se à proposta de reeleição presidencial indefinida exposta na "reforma constitucional", o Prelado advertiu que "para um presidente no poder e com um talão de cheques em dólares" é uma garantia de que "ganhará as vezes que lhe dê a vontade reeleger-se; por isso digo enquanto Chávez respira que ninguém aspire".

Esta reforma, acrescentou, mostra-se "como um arroz com manga, um cassetete que nos coloca pelas costas porque se respeita o preâmbulo atual constitucional para em seguida colocar por debaixo um conceito socialista como o modelo cubano que é o que está tratando de importar a Venezuela".

Mais adiante, o Arcebispo desprezou as declarações da Lara segundo as quais não há desvantagem com o governo para a difusão do que se pensa da reforma. "Como fazemos os democratas para acessar ao grande público que se tem com algumas cadeias? O ministro me atropela porque dessinto do processo, quer dizer, que todos temos que ser uma espécie de focas que estejamos aplaudindo qualquer disparate que digam em Miraflores. Pelo amor de Deus respeitem a inteligência dos venezuelanos que pelo menos sabemos ler e escrever e que comparamos as coisas".