Por motivo do final do Ramadan, o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso fez um pedido ao mundo islâmico para apostar com decisão pela liberdade religiosa, que não pode reduzir-se a simples liberdade de culto, a rechaçar a violência que pretende legitimar-se na religião e empreender o diálogo cultural e religioso como caminho seguro para a paz.

Assim o assinalam o Cardeal Jean-Louis Tauran e o Arcebispo Pier Luigi Celata, Presidente e o Secretário de tal dicasterio respectivamente, na Mensagem anual divulgada hoje e que este ano tem por tema "Cristãos e muçulmanos: chamados a promover uma cultura da paz".

"No difícil momento histórico que atravessamos –diz o texto– os membros das diversas religiões têm sobre tudo o dever de atuar, como servidores do Todo-poderoso, em favor da paz, que se alcança mediante o respeito às próprias convicções pessoais e comunitárias, assim como também com a liberdade da prática religiosa".

A respeito afirma que "a liberdade de religião, que não pode ficar reduzida a simples liberdade de culto, é certamente um dos aspectos essenciais da liberdade de consciência, direito fundamental de toda pessoa e pedra angular dos direitos humanos. Somente assim se poderá edificar uma cultura da paz e da solidariedade". Deste modo, pede "rechaçar todo tipo de violência, denunciando e repudiando qualquer recurso à mesma, que nunca poderá ter uma motivação religiosa".

Mais adiante, o Pontifício Conselho expressa sua convicção de que a violência, mas particularmente o terrorismo "é incapaz de resolver os conflitos, e que não faz mais que suscitar a engrenagem mortífera do ódio destruidor, em detrimento do homem e das sociedades".

"Como pessoas religiosas, –continua– temos que ser acima de tudo educadores da paz, dos direitos humanos, de uma liberdade respeitosa para cada um. Ninguém pode ser excluído da comunidade nacional em razão de sua raça, de sua religião, nem por nenhum outro motivo pessoal".

O texto dicasterial alenta a "intensificar o diálogo entre Cristãos e Muçulmanos, em sua dimensão educadora e cultural", para que "as jovens gerações não se constituam em blocos culturais ou religiosos, uns contra outros, mas sim como autênticos irmãos e irmãs".

"O diálogo é um instrumento que nos pode ajudar para sair desta espiral sem término dos múltiplos conflitos e tensões que atravessam nossas sociedades", para que todos os povos vivam com respeito e entendimento mútuos, assinala.

Por último pede "que Cristãos e Muçulmanos incrementem mais e mais suas relações amistosas e construtivas para compartilhar suas específicas riquezas e cuidem particularmente a qualidade de seu testemunho de fieis!".